De regresso da Nova Caledónia, Emmanuel Macron voltou a falar, em entrevista sobre os tumultos que varreram o país após a morte do jovem Nahel, de 17 anos, abatido a tiro pela polícia francesa em Nanterre. O Presidente Francês defendeu que são necessárias “sanções” aos pais dos jovens desordeiros.
Macron sustentou que as famílias dos jovens que estiverem envolvidos em vários dias de confrontos e manifestações contra a polícia devem “ser acompanhadas”, por muitos serem menores de 18 anos. “Devemos dar-lhes mais recursos, prepará-los melhor, e ao mesmo tempo responsabilizá-los”, defendeu ao Le Figaro.
O Presidente francês voltou a defender a necessidade de “políticas de sanções” quando “os pais são realmente irresponsáveis”, mas afasta que o ‘castigo’ fosse a retirada de abonos de família e outros apoios, como sugere a extrema-direita.
No início de julho, quando ainda ocorriam tumultos a ritmo diário, e perante a polícia, Macron admitiu que queria “castigar financeiramente as famílias” dos jovens que levaram a cabo destruição, logo “desde a primeira ofensa”.
Agora, Macron explica que eventuais ‘castigos’ aos pais dos jovens desordeiros serão “aplicados caso a caso, e não necessariamente por corte do abono de família”.
Ao contrário da direita e extrema-direita, Macron afasta que os tumultos seja “um tema sucedâneo da imigração atual”.
“è uma questão mais ampla das dificuldades que enfrentam determinadas faixas etárias, das dificuldades socioeconómicas, das dificuldades de integração, e em alguns casos do funcionamento a democracia na era das redes sociais”, clarificou o Presidente.
Macron também reagiu às acusações de que tinha demorado a responder aos episódios de violência e tumultos: “Evitei reagir com veemência. Fiz de propósito. Porque é nos momentos de emoção que somos chamados a escolher um lado. E é por isso que acabamos a dizer disparates”, finalizou.













